terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desenvolver Auto-consciência (parte 1)


A auto-consciência é a primeira competência emocional, é o ponto de partida para quem deseja melhorar a sua Inteligência emocional (IE) e desenvolver maturidade.

Pessoas com elevada auto-consciência conhecem bem os seus seus estados internos, os seus recursos e intuições, têm facilidade de aprender com os erros, têm elevada autoconfiança e são capazes de exprimir os seus sentimentos de forma socialmente adequada.





Melhorar a sua auto-consciência compreende três partes:

· Auto-consciência emocional: compreender e aceitar as emoções que sente
;
· Auto-avaliação: avaliar os próprios recursos, capacidades e limites;

· Autoconfiança: acreditar no seu valor e nas suas capacidades.

Auto-consciência emocional
Todos nós estamos habituados a compreender e a aceitar o fluxo de pensamentos que nos ocorre ao longo do dia. Contudo sentimos, muitas vezes, dificuldade em fazer o mesmo com as emoções. Da mesma maneira que vamos tendo pensamentos lógicos ou inesperados, bons ou maus, orientados para a acção ou orientados para a inércia, também as nossas emoções se vão manifestando ao longo do dia.

As emoções são “humores subtis que nos perseguem ao longo do dia” (Daniel Goleman), associados à nossa actividade física e mental. Tudo o que fazemos, pensamos, imaginamos ou recordamos, desencadeia emoções.

Durante muito tempo, o ser humano veio a aperceber-se das reacções pouco eficazes e das respostas impulsivas provocadas pelas emoções e, para evitar isso, houve uma tendência a valorizar o racional como oposto ao emotivo- irracional. Contudo, nos últimos anos, os psicólogos têm vindo a perceber melhor o funcionamento das emoções e compreender que:

  1. não existe racionalidade sem emoções,
  2. as emoções têm um papel importante e orientador nas nossas vidas.
De facto, pessoas a quem, acidentalmente, foi cortado o circuito neurológico que liga o centro das emoções ao centro executivo (pensamentos) do cérebro, são incapazes de tomar decisões porque não têm qualquer referência emocional que lhes permita fazer uma escolha.

Que emoções é que isto lhe desperta?

Todas as emoções se manifestam de duas formas:
· em sinais físicos
· nos pensamentos associados

Como reconhecer as emoções

1. Identifique a emoção base que está a sentir e o respectivo grau de intensidade

2. Aceite a emoção como sendo natural e tendo um propósito

3. Reconheça as sensações físicas associadas. Onde e como se manifesta essa emoção? (aperto no estômago, nó na garganta…)

4. Identifique os pensamentos que acompanham essas sensações.

5. Faça esta análise de forma consistente e contínua ao longo do tempo.

6. Pergunte-se:
· O que há de tão importante, ameaçador ou perturbador nesta situação, para me fazer sentir esta emoção de forma tão intensa?

7. Analise as tendências padrão das suas reacções habituais a determinadas situações ou pessoas e o respectivo padrão de resposta. Ou seja, observe a constância com que determinadas situações desencadeiam certas emoções específicas e as respostas ou reacções que normalmente tem nessas situações.

8. Questione-se:
· Estas respostas habituais estão de acordo com os meus valores e os meus princípios de vida?
· Estas respostas facilitam-me os resultados que desejo?

9. Se a sua resposta a estas duas perguntas for “sim”, parabéns, tem uma auto-consciência a auto-controlo bem desenvolvidos. Contudo, se a sua resposta a alguma delas for “não”, então decida dedicar mais tempo e atenção à análise das suas emoções. Vai ver que os resultados compensam.

Como lidar com as emoções negativas
Quando as emoções são negativas e bastante intensas, torna-se doloroso observá-las e aceitá-las, porque o desconforto é grande, no entanto, evitar este confronto não traz soluções positivas a médio-longo prazo.


Quando ignora uma emoção está a desperdiçar uma possibilidade de aprender alguma coisa sobre si, sobre os seus pontos fracos. Ignorar os sentimentos não os faz desaparecer, eles regressam sem aviso prévio e continuam a doer, porque o problema não foi resolvido.

A solução é dar-se permissão para sentir o desconforto e, enfrentar a dor. Rapidamente descobrirá que afinal não é assim tão mau, que essa dor, apesar de intensa, não o destrói e que, a partir de um certo limiar, o desconforto começa a baixar até atingir níveis aceitáveis e depois desaparecer.

Aceitar as emoções, positivas e negativas, é ganhar a oportunidade de fazer alguma coisa  produtiva com elas. Compreender e admitir as emoções é o primeiro passo para resolver um problema, ganhar auto-confiança, conseguir mais bem-estar e melhorar as relações interpessoais.

Conclusão
A auto-consciência emocional permite-nos entrar em sintonia com a nossa corrente de sentimentos e reconhecer que esses sentimentos interferem nas nossas percepções, pensamentos e comportamentos. Daqui surge a consciência de que as nossas emoções afectam as nossas relações com os outros e, consequentemente, a nossa vida familiar, social e profissional.

E o leitor, está consciente das suas emoções neste momento?

Partilhe aqui as suas emoções, positivas ou negativas, e como a sua auto-consciência o ajudou a superar alguma dificuldade.

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